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conheça melhor o Ciclo de vida do Aedes aegypti

Ciclo de vida do mosquito

A ocorrência de enfermidades como a dengue está relacionada à biologia e à ecologia do seu principal vetor, o mosquito Aedes aegypti, e sua associação com o homem. Durante o ciclo de vida do mosquito, essa associação se dá na fase larval pela necessidade de depósitos adequados de água do vetor, muitos deles artificiais produzidos pelo homem. Na fase adulta, a associação ocorre pelo seu comportamento reprodutivo e alimentação sanguínea. O controle das populações de mosquitos vetores é hoje a medida mais eficaz para combater as doenças por eles transmitidas. para isso, é essencial compreender aspectos biológicos e ecológicos do Aedes aegypti.

 

Antes que a fêmea do Aedes aegypti procure lugares para depositar seus ovos, ela alimenta-se de sangue. A hematofagia geralmente ocorre durante o dia. O sangue é o alimento necessário para a maturação dos ovos. A fêmea pode se dispersar por até 800 metros e deposita seus ovos sempre em locais úmidos. Estes locais podem ser reservatórios artificias ou naturais. Entre os artificiais os mais comuns sãos pneus, garrafas, e recipientes plásticos. Entre os naturais estão reservatórios de água, poças com água parada, folhas, entre outros.


O Aedes aegypti é um inseto holometabólico, ou seja, seu ciclo de vida compreende as seguintes fases: ovo, quatro estágios larvais, pupa e adulto.
 

VOCABULÁRIO​

  • Hematofagia: Hábito de se alimentar com sangue de outro animal.

  • Holometabólico: Diz-se dos insetos que sofrem metamorfose completa.

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Todo o ciclo pode ser concluído em apenas 7 a 10 dias

Observa-se que o ciclo de vida do Aedes aegypti ocorre em dois ambientes. Enquanto as fases de ovo, larva e pupa se desenvolvem em um ambiente aquático, a fase adulta ocorre no ambiente terrestre.

Figura 1 - Ciclo de vida do Aedes aegypti. Fonte: Modificado de http://prvectorcontrol.org/wp-content/uploads/2017/08/ciclo-de-vida-mosquito-600x600.png.

Ovos

Medem aproximadamente 1mm de comprimento. Geralmente são depositados em locais úmidos, escuros e próximos à superfície da água, onde ficam aderidos à parede dos recipientes. No início, os ovos são brancos mas rapidamente mudam para a cor preto brilhante. Se o ambiente é úmido e cálido o embrião do mosquito se desenvolve em 48 horas, mas se as condições ambientais são desfavoráveis os ovos podem resistir vários meses. Isso porque o Aedes aegypti possui uma importante capacidade de adaptação, a quiescência. Esta capacidade permite-lhe manter-se em um estado de dormência durante o estágio de ovo, frente a condições ambientais adversas. Sabe-se que temperaturas altas levam à maior concentração de ovos em estado de dormência, enquanto temperaturas entre 24,5 e 24,8°C são ideais para o desenvolvimento do inseto.

  • Quiescência: Diminuição do metabolismo do inseto durante algum estágio de desenvolvimento. Comumente ocorre quando as condições ambientais são desfavoráveis ao desenvolvimento do mesmo.

  • Dormência: Estado ou qualidade de dormente.

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Figura 2 – Ovo do Aedes aegypti em um balde de plástico com água. Fonte: 1Library.Co.

Larva
  • Detritos: sedimentos, lixo, restos de alguma substância.

  • Eclosão: O momento em que a larva (ou o filhote) sai do ovo.

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Figura 3 – Larva do Aedes aegypti. Fonte: Facultad de Ciencias Exactas y Naturales y Agrimensura.

A fase larval é exclusivamente aquática. Nessa fase os indivíduos possuem grande mobilidade. Durante os quatro estágios de desenvolvimento, as larvas crescem e alimentam-se de detritos orgânicos e microrganismos existentes na água. Estas larvas distinguem-se facilmente das larvas de outros grupos de insetos porque se mantém quase verticais à superfície da água, e nadam com um movimento característico serpentino. A eclosão das larvas depende de fatores como a temperatura, agitação da água, disponibilidade de alimento e o número de larvas no recipiente. Portanto, elas se desenvolvem bem em recipientes com grande volume de água, poucas larvas, e com uma boa quantidade de alimento. Nessas condições, o período larval (que dura da saída do ovo até a fase pupa) pode ser de cinco dias, mas comumente é de 7 a 14 dias.

Pupa

A fase pupal também é aquática e ativa, mas nesta fase os indivíduos não se alimentam. A pupa fica posicionada com a parte dorsal no limite da coluna d'água e é menos ativa que a fase larval. Nessa fase, que dura aproximadamente 48h, ocorre a metamorfose do estádio larval para o adulto.

  • Metamorfose: Transformação pela qual passam alguns animais que no decorrer do seu processo de desenvolvimento; resulta numa forma e numa estrutura completamente diferentes das iniciais.

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Figura 4 – Pupa do Aedes aegypti. Fonte: medent.usyd.edu.au.

Adulto
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Figura 5 – Adulto do Aedes aegypti. Fonte: Dengue

Nessa fase, Aedes aegypti é geralmente reconhecido. É um mosquito preto com asas transparentes. As pernas apresentam bandas brancas nas articulações. O tórax apresenta um desenho em forma de lira. As fêmeas e machos são claramente diferentes. Os machos apresentam antenas plumosas e as fêmeas apresentam antenas pilosas.

 

O tempo de vida dos adultos varia de 23,6 a 72,7 dias, dependendo da qualidade da água onde se desenvolveram os imaturos, temperatura, competição entre larvas, e qualidade nutricional do alimento. Apesar da mortalidade diária de mosquitos ser de 10% (ou seja, um em cada 10 mosquitos existentes em um local morrerão diariamente), a taxa de natalidade também é elevada.

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Figura 6 – Diferença entre as antenas do Aedes aegypti macho e fêmea. Fonte: Gallina Castellana negra.

Referências

ALDAMA, P. C.; GARCÍA, F. de J. H.; ESQUIVEL, R. del C. O.  Ciclo de vida del Aedes aegypti y manifestaciones clínicas del dengue. Adscrito al Departamento de Investigación en Epidemiología. Instituto Nacional de Pediatría. Insurgentes Sur 3700 C. Col. Insurgentes Cuicuilco, México, 2001

CASTRO JR., Francisco P. de et al . Ciclos de vida comparados de Aedes aegypti (Diptera, Culicidae) do semiárido da Paraíba. Iheringia, Sér. Zool.,  Porto Alegre ,  v. 103, n. 2, p. 118-123,  June  2013 .  

OLIVA, L. O. Distribuição dos ovos em Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae): efeito da idade da fêmea, posturas prévias e tipo de criadouro. 2011. 91f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação strictu sensu do Departamento de Ciências Biológicas da UFP como parte dos requisitos exigidos à obtenção do título de Mestre em Biologia Animal) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.

PORTO, V. de S. Interação ecológica entre Aedes aegypti e Aedes albopictus (DIPTERA:CULICIDAE): Temperatura como fator modulador. 2018. 60f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação - PPGEC) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.

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