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Análise da Evolução e Distribuição dos casos de Oropouche no Brasil de Janeiro a Agosto de 2024 e 2025

  • ecologiasaudeunila
  • 26 de set.
  • 4 min de leitura

Neste texto, apresentamos uma análise comparativa do número de casos confirmados de Oropouche no Brasil, destacando os estados mais afetados em 2024 e 2025. Analisamos os dados epidemiológicos registrados entre janeiro e agosto de 2024 (Semana Epidemiológica 1 a 35) e janeiro a agosto de 2025 (Semana Epidemiológica 1 a 35). Esses dados foram obtidos a partir do painel epidemiológico disponibilizado pelo Ministério da Saúde.


Entre janeiro e agosto de 2024, o Brasil registrou 8.245 casos confirmados de Oropouche (figura 1), com a maioria dos casos concentrados em três estados: Amazonas (3.231), Rondônia (1.710) e Bahia (888). Juntos, esses estados representaram cerca de 70% do total de casos confirmados em 2024, evidenciando a concentração da doença na região norte e nordeste do país. Outros estados, como o Espírito Santo (456), Roraima (275), Acre (274) e o Ceará (227), também apresentaram números significativos de casos registrados.


Figura 1: Mapa de distribuição dos casos detectáveis de Febre do Oropouche nos estados brasileiros, de janeiro a agosto de 2024 (SE 1 a 35), com dados organizados por Unidade da Federação (UF). Barra de escala: a cor de cada estado indica a quantidade de casos registrados, onde os tons mais escuros refletem um maior número de infecções. Fonte: Ministério da Saúde, Painel Epidemiológico Oropouche.
Figura 1: Mapa de distribuição dos casos detectáveis de Febre do Oropouche nos estados brasileiros, de janeiro a agosto de 2024 (SE 1 a 35), com dados organizados por Unidade da Federação (UF). Barra de escala: a cor de cada estado indica a quantidade de casos registrados, onde os tons mais escuros refletem um maior número de infecções. Fonte: Ministério da Saúde, Painel Epidemiológico Oropouche.

Em 2025, o cenário se alterou consideravelmente. De janeiro a agosto de 2025, foram confirmados 11.967 casos de Oropouche (figura 2), representando um aumento de aproximadamente 45% em relação ao número de casos de Oropouche em 2024. Podemos observar no mapa que, nesse período, o Espírito Santo emergiu como o estado mais afetado, com 6.323 casos confirmados de Oropouche, seguido pelo Rio de Janeiro (2.500) e Minas Gerais (1.367). Juntos, esses estados representam cerca de 85% do total de casos confirmados até o momento em 2025. Outros estados com números significativos foram o Ceará (714), Paraíba (647), São Paulo (143) e o Amapá (128). 


Figura 2: Mapa de distribuição dos casos detectáveis de Febre do Oropouche nos estados brasileiros, de janeiro a agosto de 2025 (SE 1 a 35), com dados organizados por Unidade da Federação (UF). Barra de escala: a cor de cada estado indica a quantidade de casos registrados, onde os tons mais escuros refletem um maior número de infecções. Fonte: Ministério da Saúde, Painel Epidemiológico Oropouche.
Figura 2: Mapa de distribuição dos casos detectáveis de Febre do Oropouche nos estados brasileiros, de janeiro a agosto de 2025 (SE 1 a 35), com dados organizados por Unidade da Federação (UF). Barra de escala: a cor de cada estado indica a quantidade de casos registrados, onde os tons mais escuros refletem um maior número de infecções. Fonte: Ministério da Saúde, Painel Epidemiológico Oropouche.

A variação no número de casos e a nova distribuição geográfica mostram uma mudança na propagação da doença. Isso pode estar relacionado a diversos fatores, como as mudanças climáticas que provocam alterações no padrão de chuvas e temperatura influenciando a disseminação do Oropouche. Além disso, fatores socioeconômicos desempenham um papel significativo, uma vez que regiões com condições mais vulneráveis frequentemente enfrentam dificuldades no acesso a cuidados de saúde e na obtenção de informações sobre prevenção. 


Em 2024, foram confirmados quatro óbitos relacionados à febre Oropouche, além de três casos que estavam sob investigação. Já em 2025, o número de óbitos confirmados aumentou para cinco, enquanto dois casos permanecem em investigação. 


Em relação à faixa etária, observa-se que a maioria dos casos ocorreu entre adultos de 20 a 49 anos. Em 2024 (figura 3A), os casos confirmados nessa faixa etária representaram aproximadamente 59% do total confirmado, e em 2025 (figura 3B), essa proporção representa aproximadamente 56% do total dos casos confirmados.


Figura 3 (A e B) respectivamente: Número de Exames Detectáveis para Febre Oropouche por Faixa Etária e Sexo, 2024 (SE 1 a 35)  e 2025 (SE 1 a 35). Fonte do dados: Ministério da Saúde, Painel Epidemiológico Oropouche. Ilustração: Desenvolvido pelas autoras no Canva.
Figura 3 (A e B) respectivamente: Número de Exames Detectáveis para Febre Oropouche por Faixa Etária e Sexo, 2024 (SE 1 a 35)  e 2025 (SE 1 a 35). Fonte do dados: Ministério da Saúde, Painel Epidemiológico Oropouche. Ilustração: Desenvolvido pelas autoras no Canva.

Com relação ao sexo biológico, a figura acima também mostra que em 2024, foram registrados 4.279 casos em homens e 3.964 em mulheres, e em 2025, foram registrados 6.275 casos em homens e 5.692 em mulheres. Segundo os pesquisadores e autores do artigo “Sex bias in infectious disease epidemiology: patterns and processes, publicado na revista Plos One”, citado pela agência Fiocruz de notícias, os homens apresentam maior probabilidade do que as mulheres de contrair doenças infecciosas e de falecer em decorrência delas. Isso se deve a diferentes papéis sociais e culturais atribuídos a cada gênero. Por exemplo, a maior participação masculina em atividades agrícolas pode elevar a exposição a doenças transmitidas por vetores insetos.


A eficácia dos sistemas de notificação varia entre os estados, impactando diretamente o registro de casos da doença e a rapidez com que as intervenções são realizadas. Melhores infraestruturas de saúde, para monitorar e reportar doenças, resultam em uma maior capacidade de diagnóstico e notificação dos casos. Por outro lado, regiões com recursos limitados enfrentam desafios, como a falta de acesso a testes adequados, podendo levar à subnotificação.


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Por Jaciely Vieira Santana e Júlia Nayara da Silva Romualdo


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CNN BRASIL. Pesquisa mostra influência de eventos climáticos em surto de oropouche. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/pesquisa-mostra-influencia-de-eventos-climaticos-em-surto-de-oropouche/ Acesso em set. 2025.


FIOCRUZ. Pesquisadores estudam diferenças de adoecimento por doenças infecciosas entre homens e mulheres. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/pesquisadores-estudam-diferencas-de-adoecimento-por-doencas-infecciosas-entre-homens-e-mulheres acesso em 2025.


MINISTÉRIO DA SAÚDE. Painel Epidemiológico Oropouche. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/o/oropouche/painel-epidemiologico. Acesso em set. 2025.


PORTAL BUTANTAN. Febre Oropouche: entenda a doença e os possíveis motivos para ela se espalhar pelo Brasil. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/febre-oropouche-entenda-a-doenca-e-os-possiveis-motivos-para-ela-se-espalhar-pelo-brasil Acesso em set. 2025


SINAN. Calendário Epidemiológico  2024. Disponível em: https://portalsinan.saude.gov.br/calendario-epidemiologico?layout=edit&id=174.  Acesso em set. 2025.


SINAN. Calendário Epidemiológico  2025. Disponível em: https://portalsinan.saude.gov.br/calendario-epidemiologico. Acesso em set. 2025.

 
 
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