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Conheça o E-book interativo “Enfrentando a Dengue nas Favelas e Periferias”, da InfoDengue.

Atualizado: 1 de fev.

Nos posts do Ecologia e Saúde, já falamos diversas vezes sobre fatores sociais e ambientais que favorecem os surtos de arboviroses (Confira mais aqui e aqui). Ao analisar situações onde esses fatores foram cruciais para a manifestação de epidemias de arboviroses, comentamos sobre os casos de chikungunya no Brasil e no Paraguai. Porém, como vimos no post sobre a destruição do território Yanomami, sabemos que algumas populações estão sujeitas a maior risco de surtos de arboviroses. Considerando que as favelas e periferias se encaixam nesse contexto, a equipe de comunicação e os pesquisadores do projeto InfoDengue, da Secretária de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro, criaram um E-book específico para o enfrentamento da dengue nas favelas e periferias. Vamos falar sobre isso?



 

Não se lembra desses posts? É só tocar nas imagens!



 


Dados das periferias brasileiras


O Brasil, em 2023, possui mais de 13 mil favelas, mais do que o dobro do registrado em 2012, e cuja população, superior à 17 milhões de pessoas, já ultrapassa a de países como Bolívia e Paraguai e de cidades superpopulosas como Rio de Janeiro e São Paulo, mesmo somando a população das duas cidades (DATA FAVELA; CUFA; INSTITUTO LOCOMOTIVA, 2022.)

“O grande número de pessoas por metro quadrado, as condições precárias de moradia, a oferta irregular do abastecimento de água, uma política ineficaz de gestão de resíduos sólidos e o tratamento de esgoto são alguns dos aspectos da crise de saneamento e habitação nas periferias urbanas que podem impactar nas condições de saúde da comunidade.” (INFODENGUE; FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2022.)

Sem surpresas, esses fatores favorecem, e muito, a proliferação de Aedes aegypti e dos vírus carregados pelo mosquito.


Ok, mas como isso afeta as periferias em dados? O E-book cita o caso do estudo “Dengue no Jacarezinho”, realizado pela equipe do Laboratório de Narrativas do Jacarezinho (LabJaca), em parceria com o Info Dengue, que explorou a relação entre ocorrência de dengue e fatores recorrentes nas favelas, especialmente no contexto da pandemia de Covid-19. Nas imagens abaixo, resumimos estes dados:






O LabJaca também divulgou outro dado alarmante: cerca de metade dos entrevistados indicou viver em áreas com acúmulo de lixo ao redor de suas residências. Esse dado, resultante da baixa eficácia na coleta de lixo e no saneamento básico, reflete em sério risco de aumento da proliferação da dengue nessa população.


Dengue e as Mudanças Climáticas


Os efeitos das mudanças climáticas atingem populações altamente vulneráveis de forma muito mais severa do que o normal, sendo que, entre 2010 e 2020, a mortalidade humana por inundações, secas e tempestades foi 15 vezes maior em regiões altamente vulneráveis, em comparação com regiões com vulnerabilidade muito baixa(IPCC, 2022). As favelas, encaixando-se nas regiões altamente vulneráveis devido a pobreza, conflitos violentos, desafios de governança e acesso limitado a serviços e recursos básicos, são um reflexo dos efeitos devastadores das mudanças climáticas e sua influência direta nos fatores ambientais que favorecem o aparecimento de surtos de arboviroses. Em especial, a ampliação dos períodos chuvosos, aliada ao aumento da temperatura do planeta, expandem a distribuição do Aedes aegypti, tornando novas regiões mais favoráveis para a proliferação desta espécie, sendo o aumento da temperatura também um fator influente na velocidade de multiplicação do vírus presente no vetor.







E você aí que está lendo esse texto, saiba que o vídeo que a Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro preparou sobre o tema leva menos que 10 minutos para assistir! É só dar play no vídeo abaixo para saber quais as medidas de prevenção que você deve incluir na sua rotina e assim fazer sua parte.



Não esqueçam de conferir o E-book na íntegra tocando aqui!






 

REFERÊNCIAS


DATA FAVELA; CENTRAL ÚNICA DAS FAVELAS; INSTITUTO LOCOMOTIVA. Um país chamado favela 2022. 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1-34J4BdDk3RMHWMlWGoCQSIae2i0m_Qn/view. Acesso em: 5 de julho de 2023.


INFODENGUE; FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Enfrentando a dengue nas favelas e periferias. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1p_0q1Ze2Z7aZfcJA3HO5URuwGnR2q7mL/view. Acesso em: 5 de julho de 2023.


IPCC. Climate Change 2022: Impacts, Adaptation, and Vulnerability. Contribution of Working Group II to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. PÖRTNER, H.-O., ROBERTS, D.C., TIGNOR, M., POLOCZANSKA, E.S., MINTENBECK, K., ALEGRÍA, A., CRAIG, M., LANGSDORF, S., LÖSCHKE, S., MÖLLER, V., OKEM, A., RAMA, B. (eds.). Cambridge University Press, Cambridge, UK and New York, NY, USA, 2022. 3056 pp. DOI: 10.1017/9781009325844.



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