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Conteúdos Instagram  @ecologiaesaude

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Venha conhecer os posts relacionados a temática de Ciência Cidadã

Postagens de 05 e 12 abril de 2024 

em nosso Instagram @ecologiaesaude

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A IMPORTÂNCIA
DA VACINAÇÃO
NO BRASIL

Breve história da vacinação no Brasil:

protegendo vidas há muitos anos

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Você já parou para pensar como a vacinação se tornou parte importante da nossa saúde pública?

Chegada das Vacinas ao Brasil

No século XIX, o Brasil enfrentava surtos de doenças como varíola. Apesar da vacina contra a doença ter chegado no Brasil em 1804, foi apenas em 1904 que a obrigatoriedade da vacinação foi aprovada pelo Congresso.

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A Febre Amarela era uma das doenças mais temidas, causando surtos devastadores em diversas regiões do Brasil. Devido à gravidade dos surtos, o governo brasileiro implementou a vacinação obrigatória em 1937, como medida crucial para proteger a população.

Mas antes da vacinação, foi implementado um programa de controle de vetores que reduziu drasticamente a febre amarela em áreas urbanas.Esse controle, associado à vacinação contínua, faz com que não tenhamos surtos de febre amarela urbana desde 1942.

Evolução da Vacinação

Ao longo dos anos, o Brasil expandiu seu programa de vacinação, incluindo vacinas contra diversas outras doenças, como poliomielite, sarampo e rubéola.

 

E agora, contra a dengue!

Graças às campanhas de vacinação em massa, o Brasil conseguiu erradicar doenças como a varíola em 1971 e a poliomielite em 1994, protegendo milhões de vidas.

E também, graças aos esforços contínuos de vacinação, podemos viver em um país mais saudável e protegido contra doenças evitáveis.

Protegendo-se contra a Dengue: 

A Importância da Vacinação

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Você sabia que a vacinação é uma das melhores formas de nos protegermos contra doenças como a dengue?

Como já sabemos, a dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que pode causar sintomas graves, como febre alta, dores no corpo e até complicações sérias.

Felizmente, existe uma vacina disponível para prevenir a dengue. Essa vacina é segura e eficaz, ajudando o nosso sistema imunológico a combater o vírus e reduzindo o risco de desenvolver a doença.

Além de nos proteger individualmente, a vacinação contra a dengue também contribui para a proteção da comunidade, reduzindo a circulação do vírus e ajudando a prevenir surtos da doença.

Lembrando que a vacinação é uma estratégia de prevenção coletiva. O sucesso do programa de imunização depende de que uma determinada porcentagem da população esteja imunizada.

Não deixe de se vacinar e fazer a sua parte na luta contra a dengue!

Principais Referências:

  • Ministério da Saúde

  • Vacina Antivariólica: ciência, técnica e o poder dos homens, 1808-1920, de Tania Maria Fernandes;

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Postagens de 03, 10 e 17 maio de 2024

em nosso Instagram @ecologiaesaude

BIODIVERSIDADE
E OS MOSQUITOS

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Parte 1. 

Importância da Biodiversidade na Regulação

de Populações de Mosquito

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Estamos acostumados a falar sobre mosquito e pensar em Aedes aegypti nas cidades! Mas você sabia que em ambientes naturais tropicais há muito mais espécies de mosquitos do que nas cidades?

Isso ocorre porque as florestas tropicais apresentam uma diversidade de habitats que permitem abrigar espécies de mosquitos com diferentes modos de vida.

Por exemplo:

Porém, viver nas florestas tropicais também é um desafio. Além de sobreviver às condições ambientais, os mosquitos ainda precisam sobreviver à competição com outras espécies, predação, e outras interações ecológicas.

 

As florestas diversas podem apresentar uma maior diversidade de predadores, ou seja, organismos que controlam o tamanho da população de mosquitos tanto na fase adulta, quanto na fase larval. Como aranhas, pássaros, larvas de libélulas, anfíbios e peixes. Mudanças da paisagem natural por atividades humanas podem não apenas aumentar a população de mosquitos vetores de doenças, mas também interferir na biodiversidade, afetando a competição e a população de predadores.

Por isso, a manutenção da biodiversidade é central para o controle das populações de mosquitos.

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Parte 2. 

A Urbanização e os Mosquitos Vetores

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O Brasil enfrenta um sério problema de saúde pública devido ao aumento dos casos de dengue que, só em 2024, chegaram a 217 mil casos confirmados. O aumento da urbanização cria condições favoráveis para a reprodução dos mosquitos vetores de doenças, tais como Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti. Um texto publicado em nosso portal mostrou a relação entre urbanização e incidência de dengue em três cidades brasileiras.

O estudo mostrou que as cidades de Campo Grande–MS, Maringá–PR e Ribeirão Preto–SP, apesar de apresentarem alto índice de desenvolvimento humano, ainda enfrentam sérios surtos de dengue devido a fatores como temperaturas elevadas, chuvas intensas e condições socioeconômicas desiguais.

Além desses fatores, o estilo de vida dos habitantes também pode favorecer a ocorrência de surtos de dengue. Comportamentos como o descarte de lixo e entulho em quintais e terrenos baldios ou má manutenção de piscinas, calhas e caixas d’agua, favorecem o aumento de criadouros de mosquitos. Portanto, enfatizamos que o problema da dengue é de todos nós, principalmente de quem vive em zonas urbanas, onde os surtos são mais frequentes.

Parte 3. 

Áreas rurais - Quais os desafios contra

os mosquitos vetores?

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Apesar da dengue ser mais comum em áreas urbanas, hoje ela também ameaça as áreas rurais. Essas áreas, podem apresentar maior diversidade de predadores naturais, porém a falta de saneamento básico e a ocorrência de práticas inadequadas podem favorecer a proliferação do mosquito e a propagação dos vírus da dengue.

QUAIS PRÁTICAS INADEQUADAS?​​

Deixar cisternas, poços e tambores a céu aberto sem os cuidados necessários, bebedouros de animais abandonados e sem manutenção, resto de materiais e embalagens descartadas irregularmente, entre outras.

Na natureza, os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver cerca de 450 dias fora d’água. Portanto, identificar possíveis criadouros nas áreas rurais é essencial para evitar a proliferação dos mosquitos.

LEMBRANDO que a dengue só é transmitida se o mosquito Aedes estiver contaminado com o vírus. Portanto, mesmo que nas áreas rurais a transmissão da dengue seja menos frequente, pela menor densidade de pessoas, e menor número de pessoas contaminadas, basta que haja uma pessoa contaminada e a presença dos mosquitos para que se inicie um novo processo de transmissão.

 

 

Por isso, além das proteções individuais, como uso de repelente e instalação de telas em janelas, trouxemos algumas recomendações, da Embrapa para evitar a proliferação do Aedes aegypti e demais mosquitos nas áreas rurais:

  • Inspecionar semanalmente a propriedade rural e identificar locais de risco para proliferação do mosquito;

  • Se houver plantas ornamentais (ex: bromélias) que acumulam água, inspecionar e aplicar larvicida se houver água parada. 

  • Descartar as embalagens de insumos em locais apropriados, cobertos e secos;

  • Checar se cisternas, poços ou tambores para água estão tampados;

  • Verificar calhas e telhados;

  • Tampar cavidades em cercas e outros objetos;

  • Checar bebedouros de animais regularmente e trocar a água.

Lembre-se, a dengue pode estar em qualquer lugar, seja na cidade ou no campo.

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Principais Referências:

Ferraguti, M.; Martínez-de la Puente, J.; Roiz, D. et al. 2016. Effects of landscape anthropization on mosquito community composition and abundance. Scientific Reports, 6, 29002. https://doi.org/10.1038/srep29002

CHAVES, Luis F. et al. Climatic variability and landscape heterogeneity impact urban mosquito diversity and vector abundance and infection. Ecosphere, v. 2, n. 6, p. 1-21, 2011.

MEDEIROS-SOUSA, Antônio Ralph et al. Mosquitoes in urban green spaces: using an island biogeographic approach to identify drivers of species richness and composition. Scientific reports, v. 7, n. 1, p. 17826, 2017

Livro "Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil", de Rotraut A.G.B. Consoli e Ricardo Lourenço de Oliveira

 

Todas postagens sobre Aedes em nosso Instagram @ecologiaesaude

Mosquito do gênero Aedes

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CONHEÇA O CICLO DE VIDA

DO Aedes aegypti

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Ovo: São depositados pela fêmea, em locais úmidos, escuros e próximo a superfície da água. O desenvolvimento do embrião se completa em 48 horas em condições favoráveis. São capazes de resistir a longos períodos de dessecação, que podem prolongar-se por mais de um ano. 

Larva: Período de alimentação e crescimento. Se alimentam do material orgânico e microrganismos acumulados nas parede e fundo dos depósitos. Possuem 4 estágios de desenvolvimento exclusivamente aquáticos. Dura de 7 a 14 dias. 

Pupa: Metamorfose do estágio larval para o adulto. Nesta fase aquática, não há alimentação. Dura aproximadamente 48 horas. Ficam na superfície da água, flutuando, facilitando a emergência do inseto adulto.

Adulto: Representa a fase reprodutora do inseto. O acasalamento acontece durante o voo. Mosquito é preto com listras brancas e asas transparentes. Vivem de 23 a 73 dias. A fêmea se alimenta mais frequentemente de sangue e o macho de carboidratos extraídos de vegetais.

Para saber mais detalhes sobre o ciclo de vida acesse: https://www.ecologiaesaude.com/ciclo-de-vida-do-mosquito

 

TODO MOSQUITO AEDES

TRANSMITE A DENGUE? 

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Mosquito Aedes aegypti - Vetor da doença, ele não é responsável por causar a dengue, apenas por transmití-la. Nem todo A. aegypti transmite dengue, apenas aqueles que estão infectados pelo vírus.

 

Vírus da dengue - Agente etiológico da doença, responsável por causar a dengue. Porém, ele necessita de um vetor (o Aedes) para se propagar.

 

VOCÊ SABIA QUE O MOSQUITO

AEDES ESTÁ PRESENTE EM

TODOS OS CONTINENTES?

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Aedes aegypti  

A probabilidade de ocorrência é maior no Brasil, Índia, continente africano, e é menor na Europa, África do Norte, América do Norte. 

Aedes albopictus

A probabilidade de ocorrência é maior no norte da China, Japão, sul do Brasil, sudoeste dos Estados Unidos, e é menor na Europa, norte e sul da África, Austrália.

Para saber mais acesse o texto completo: 

https://www.ecologiaesaude.com/post/distribui%C3%A7%C3%A3o-do-mosquito-aedes-no-globo 

 

AS DIFERENÇAS ENTRE OS MOSQUITOS

MAIS URBANOS DO MUNDO

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Aedes aegypti  

É menor, apresenta listras brancas, asas translúcidas e um ruído incapaz de ser ouvido. Desova em compartimentos de água parada e limpa. É mais ativo pela manhã. Costuma picar as regiões dos pés e pernas, principalmente.

 

Culex quinquefasciatus
É maior, possui coloração marrom e é bastante barulhento. É um mosquito noturno. Não tem preferência por regiões específicas do corpo.

 

Ovos de Aedes aegypti
Escurecem quando em contato com oxigênio, por isso são sempre mais escuros. A fêmea utiliza vários criadouros como depósito de ovos. Os ovos têm grande resistência, que permite a sua viabilidade por até um ano após a desova.

Ovos de Culex quinquefasciatus
Morrem assim que retirados da água. A fêmea bota seus ovos em um único criadouro. Os ovos não são capazes de resistir à ausência de água e temperaturas elevadas.

 

Larva
Culex quinquefaciatus e Aedes aegypti
O ciclo de vida de ambos os insetos leva o mesmo tempo de duração​.

Saiba mais em:

https://www.ecologiaesaude.com/post/ciclo-de-vida-do-aedes-aegypti

 

VOCÊ (REALMENTE) SABE TUDO

SOBRE A DENGUE?

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TRANSMISSÃO  

Ocorre através da picada da fêmea do mosquito Aedes, contaminada com o vírus da dengue.  

 

TIPOS DE DENGUE 

É um vírus de RNA, envelopado, pertencente ao gênero Flavivirus, que possui 4 sorotipos distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

SINTOMAS 

Sinal amarelo • Febre alta • Dor muscular • Dor nos olhos • Dor de cabeça • Manchas vermelhas • Falta de apetite • Náuseas 

Sinal vermelho • Dores abdominais intensas • Vômitos • Acúmulo de líquidos • Sangramento da mucosa • Hemorragias

 

TRATAMENTO  

Não há tratamento específico para a doença, sendo a boa hidratação uma parte fundamental desse processo. Beber muita água e repousar.

 

CURIOSIDADES

  • O Aedes aegypti é mais ativo no início da manhã e final da tarde.

  • Uma pessoa pode contrair dengue por até 4 vezes.

  • O mosquito se oculta em lugares escuros, como embaixo de móveis, aguardando suas vítimas.

  • O Aedes albopictus também pode transmitir dengue.

Para mais informações e referências acesse:

https://www.ecologiaesaude.com/post/voc%C3%AA-realmente-sabe-tudo-sobre-a-dengue

 

O QUE OS GENOMAS DO AEDES AEGYPTI E OS VÍRUS RELACIONADOS PODEM NOS DIZER DE INTERESSANTE?

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Webinar: Conhecendo os mosquitos Aedes, os transmissores

da Dengue e de outras doenças.

Com o professor Dr. Cristian A. Rojas
 

O professor descreve conceitos de biologia molecular, apresentando estudos recentes sobre o genoma¹ das espécies do gênero Aedes. 

Hoje sabemos que existem 300 genes² de receptores quimiossensoriais. Estes permitem que o inseto perceba as características ambientais presentes.

 

O mosquito apresenta ainda uma proteína³ (GST), que o ajuda a se desintoxicar de substâncias nocivas para ele, como por exemplo, repelentes e inseticidas.

 

Isso explica a dificuldade de combater o mosquito Aedes, já que ele apresenta resistência aos repelentes e inseticidas usados.

¹Conjunto de todos os genes de uma espécie de ser vivo.

² Composto por uma sequência específica de DNA. Responsável pelas características herdadas dos nossos familiares.

³Atuam na defesa do organismo e em várias outras importantes funções.

 

Para saber mais confira o webinar:​​

Todas as postagens sobre Resistência estão disponíveis em nosso Instagram @ecologiaesaude

Resistência

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​Parte 1.​​​​​​

Resistência: o que faz um organismo ser mais ou menos resistêntes que outro?

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Adaptação

O fenômeno da “adaptação viral” é a capacidade de um vírus sofrer mutações que favoreçam sua replicação em um hospedeiro diferente. Porém, da mesma forma que mutações podem resultar em adaptação, elas também podem resultar em resistência.

(clique aqui e confira o post completo sobre "adaptação viral")

Mutação

Uma mutação é uma alteração em uma sequência nucleotídica. Nucleotídeos são “blocos” moleculares que sustentam a vida, pois são eles que se unem para formar os ácidos nucléicos, DNA e RNA, que codificam e armazenam as informações genéticas dos organismos. Essas alterações podem ocorrer ao acaso, através de influências ambientais ou até mesmo serem causadas propositalmente pelo organismo.​​​​

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Fonte: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Nucleotídeo”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/nucleotideo.htm

A combinação precisa dos nucleotídeos forma uma sequência genética, servindo com um “manual” para tudo que vai ser construído em um organismo. Chamamos de mutação as mudanças nessas sequências que geram uma leitura diferente da original.

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Um exemplo de interferência ambiental é a forma que a radiação ultravioleta pode danificar esse material genético, gerando problemas que podem se acumular até se tornarem letais. Quanto mais complexo é um organismo, mais ferramentas ele possui para consertar danos de diferentes origens.

Diversidade Genética

A leitura do material genético é o início do processo que resulta na formação de proteínas. Então, as mutações podem resultar em proteínas diferentes, que podem desencadear processos diferentes, mas não necessariamente prejudiciais ao organismo. O DNA é transcrito em um tipo de RNA mensageiro, que tem sua informação traduzida para que ocorra a síntese de proteínas. O processo resulta em proteínas dos mais variados tipos.

 

Resistência

Quando as mutações tornam os organismos mais tolerantes a determinados efeitos, dizemos que as mutações conferiram resistência. Muitas vezes essas mutações são herdáveis para a próxima geração, criando populações com diferentes níveis de resistência. Assim, as mutações geram diversidade genética, um dos fatores essenciais para a manutenção da biodiversidade.

 

Mas como isso se relaciona com a interação patógeno-vetor-hospedeiro, como, por exemplo, a relação entre o vírus da Dengue, Aedes aegypti e os humanos?

 

Como podemos usar isso a nosso favor?

 

E como isso pode acabar se tornando um problema?

 

A seguir, falaremos mais sobre aplicações específicas do conceito de resistência.

Parte 2.

Resistência dos Vetores à Infecção de um Vírus

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Alguns conceitos importantes:

  • Mutação: Mutações podem ser herdáveis, criando populações diferentes geneticamente.

  • Diversidade Genética: Mutações podem ser herdáveis, cruzando populações diferentes geneticamente.

  • Resistência: Essas diferenças podem fazer uma população tolerar mais certos efeitos, criando populações resistentes.

 

Se uma população se torna mais resistente a certo efeito, então um vírus qualquer que poderia se adaptar a um novo hospedeiro também pode encontrar seu maior inimigo: uma população resistente à infecção viral em questão. Um vírus infecta um vetor através de um determinado processo, uma mutação altera esse processo no vetor, e com o vetor mais resistente, a infecção para o hospedeiro final é reduzida.

 

E como isso pode ocorrer na relação vírus-vetor presente nas arboviroses?

Com mudanças estruturais, fisiológicas e comportamentais.

Mudanças Estruturais

Existem seis tipos de barreiras imunofisiológicas no organismo. Naturalmente, essas barreiras já são eficientes em resistir à infecção viral, em geral impedindo que o arbovírus alcance locais onde poderia se replicar descontroladamente. Os arbovírus, porém, desenvolvem métodos específicos para atravessar essas barreiras. Uma mutação pode conferir uma nova característica a essa barreira que aumente sua resistência.

 

Mudanças Fisiológicas

A imunidade dos artrópodes desempenha um papel importante para limitar a infecção por patógenos. Essa é a resposta mais antiga evolutivamente e representa a primeira linha de defesa contra invasores. Mutações nessas respostas podem tornar o artrópode tanto mais resistente quanto mais suscetível à infecção viral. Alguns estudos mostram que o silenciamento de uma única proteína seria capaz de tornar o Aedes aegypti até 4 vezes mais resistente ao vírus da dengue.

 

Mudanças Comportamentais

Arbovírus são capazes de subverter o comportamento e o metabolismo celular do inseto, e é possível supor que estas mudanças sejam, de alguma maneira, importantes para a dinâmica da transmissão das arboviroses. Uma mutação no vetor que favoreça algum comportamento diferente (preferência por um tipo sanguíneo, depósitos de ovos em condições específicas, etc...) pode influenciar diretamente na transmissibilidade do vírus.

 

A resistência pode ser algo induzido artificialmente através da biotecnologia para reduzir ou cessar a transmissão viral de diversas formas.

​Parte 3.​​​​​​

Resistência: determinantes genéticos para sintomas da dengue

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Nosso DNA armazena todas as nossas informações hereditárias, como a cor dos olhos, sexo biológico ou nível de predisposição genética para certas doenças.

 

Essas predisposições podem estar relacionadas a variações, denominadas polimorfismos, que são diferenças nas sequências de DNA dos genes que codificam proteínas e fazem parte da ativação de vias imunológicas.

Algumas pessoas podem apresentar sintomas muito mais graves de dengue e isso pode estar relacionado a uma alteração de um único nucleotídeo, em um gene de uma proteína chamada Lectina Tipo C. Essa proteína é responsável por múltiplas funções dentro do nosso corpo, como resposta imune a patógenos e morte celular programada.

 

 

​​Alguns polimorfismos podem ser exclusivos de determinados grupos em diferentes regiões, portanto, são utilizados para compreender processos evolutivos, laços familiares e diversidade entre indivíduos.

 

Isso é de vital importância para compreender o processo de patogenicidade de algumas arboviroses em determinados locais onde as populações humanas são mais suscetíveis e desenvolvem sintomas mais graves das doenças.

 

Por exemplo, populações tailandesas e taiwanesas são mais propensas a desenvolver dengue do tipo hemorrágica. Por outro lado, um primeiro estudo em uma pequena população mexicana concluiu que estes possuem uma variante que os torna assintomáticos ou com sintomas mais leves da dengue.

 

Portanto, é necessário conhecer os genes e polimorfismos ligados a essas doenças, para desenvolver vacinas adaptadas a cada região e grupo humano com diferentes histórias e alterações genéticas. Isso ajuda a desenvolver métodos de tratamento mais eficazes e específicos para cada grupo humano.

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Esquemas sobre Polimorfismo elaborados por: María Alejandra Castañeda

Parte 4.

Resistência dos Vetores aos Inseticidas

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A resistência surge a partir de mutações que ocorrem natural ou artificialmente. Os mosquitos, assim como qualquer outro organismo, podem ser mais ou menos resistentes a certos eventos, como uma infecção viral. Mudanças estruturais, fisiológicas e comportamentais nos organismos podem torná-los mais ou menos resistentes.

 

Do ponto de vista da saúde humana, as mutações nos mosquitos podem criar resistência à infecção viral e reduzir a transmissão de doenças como a dengue. Apesar dessa questão em específico ser boa, há também a possibilidade do mosquito se tornar resistente a algo que ainda usamos com frequência: os inseticidas.

 

Inseticidas

Inseticidas são produtos químicos projetados para matar, repelir ou interferir no comportamento dos insetos. Os inseticidas que combatem insetos transmissores de arboviroses agem por contato ou ingestão.

 

Resistência aos Inseticidas

Aplicar repetidamente inseticidas em uma população de mosquitos pode selecionar aqueles com uma predisposição genética que os torna menos suscetíveis aos efeitos tóxicos do produto. Esses mosquitos resistentes têm maior probabilidade de sobreviver à exposição do inseticida, enquanto os mosquitos suscetíveis morrem. Com o tempo, a proporção de mosquitos resistentes na população aumenta, tornando o inseticida menos eficaz.

 

Mosquitos Resistentes

Os mecanismos envolvidos podem ser os seguintes:

 

  • Metabolismo Aumentado: Os mosquitos podem desenvolver enzimas que metabolizam rapidamente o inseticida antes que ele possa causar danos.

  • Alvo Modificado: Os mosquitos podem sofrer mutações em genes que codificam os alvos do inseticida, como receptores nervosos. 

  • Excreção Aumentada: Os mosquitos podem desenvolver mecanismos para excretar o inseticida do corpo mais rapidamente, reduzindo sua toxicidade.

Parte 5.

Resistência: o metabolismo dos insetos

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O metabolismo é o conjunto de processos bioquímicos complexos que ocorrem nos organismos para realizar diversas funções, como a obtenção de energia, a síntese de moléculas e a eliminação de resíduos. Ele permite o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção do organismo.

 

As Enzimas

Moléculas chamadas enzimas são um ponto-chave nesse processo, pois podem aumentar drasticamente a velocidade das reações químicas!

 

Através do metabolismo aumentado, os mosquitos produzem enzimas em maior quantidade ou com maior eficiência, que são capazes de modificar quimicamente o inseticida, tornando-o menos tóxico ou eliminando-o completamente do organismo.

 

A intenção de um inseticida é aplicar compostos tóxicos nos mosquitos. Muitas vezes os mosquitos possuem enzimas capazes de degradar esses compostos, mas não conseguem fazer isso a partir de certa quantidade, resultando em morte. Uma quantidade maior de enzima acelera o processo e portanto aumenta a chance de sobrevivência.

As enzimas envolvidas nesse processo são geralmente chamadas de enzimas de desintoxicação, e pertencem a famílias como as esterases, as oxidases e as glutationa-S-transferases (GSTs). O metabolismo aumentado pode afetar diferentes classes de inseticidas como piretroides, organofosforados e carbamatos.

 

Para combater a resistência por metabolismo aumentado, é importante adotar estratégias que visem minimizar a exposição dos mosquitos aos inseticidas através da rotação de diferentes classes de inseticidas, combinações de produtos com diferentes modos de ação e a implementação de práticas de manejo integrado de pragas que amenizem a ação desses produtos normalmente tóxicos ao meio ambiente.

Parte 6.

Resistência: o alvo dos inseticidas

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Quais são os alvos dos inseticidas?

Os "alvos", nesse contexto, são proteínas específicas localizadas nas células dos insetos, como receptores de neurotransmissores ou enzimas envolvidas em processos metabólicos. Quando os inseticidas são aplicados, eles geralmente interagem com esses alvos moleculares, afetando processos vitais para o inseto e levando à sua morte.

 

E como erram o alvo?

Alguns insetos podem sofrer mutações que resultam em modificações nessas moléculas. A resistência surge então quando as mutações afetam a estrutura molecular, dificultando a ligação do inseticida ao alvo, ou quando alteram a função da molécula, tornando-a menos sensível ao inseticida. 

 

Além disso, proteínas diferentes, que não eram alvo do inseticida, podem sofrer mutações e tornarem-se semelhantes aos alvos moleculares originais do inseticida. Apesar de terem uma função semelhante ao alvo original, elas podem ser menos afetadas pelo inseticida por possuírem uma estrutura molecular diferente.

 

Para combater a resistência por alvos modificados, é necessário novos inseticidas que tenham alvos moleculares diferentes dos já modificados pelos insetos resistentes.

Parte 7.

Resistência: excretando os inseticidas

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A excreção é o processo de eliminação de resíduos metabólicos e substâncias tóxicas do corpo. Desempenha um papel crucial na regulação do equilíbrio interno de todos os organismos, incluindo os insetos.

 

Mutações nos sistemas de excreção, como os órgãos excretores, podem aumentar a eficiência na eliminação de substâncias tóxicas. Essas mutações podem, por exemplo, aumentar a taxa de filtração ou a capacidade de reabsorção nos órgãos excretores, permitindo que eliminem o inseticida mais rapidamente do corpo.

 

Os Rins dos Insetos

Os túbulos de Malpighi, órgãos excretores com função semelhante ao nossos rins, são protagonistas na excreção de substâncias tóxicas. Mutações que resultem na alteração das proteínas nesses túbulos podem acelerar processos de excreção, evitando o acúmulo dos inseticidas e assim reduzindo seu impacto tóxico no organismo. Adicionalmente, variações estruturais podem dificultar a absorção de certos compostos no organismo, reduzindo a entrada dos inseticidas.

 

A resistência dos mosquitos aos inseticidas dificulta o controle das populações e aumenta o risco de transmissão de doenças. Portanto, compreender esses processos é crucial para o desenvolvimento de estratégias de controle mais eficazes e sustentáveis.

 

O manejo integrado de pragas (MIP) é uma abordagem que visa controlar pragas, como os mosquitos, de forma eficaz e sustentável, utilizando uma variedade de estratégias integradas, dentre elas:​​

  • Controle Biológico: Introdução de predadores naturais dos mosquitos, como peixes que se alimentam de larvas, para reduzir as populações.

 

  • Controle Ambiental: Eliminação de locais de reprodução de mosquitos, como água parada, para reduzir o número de criadouros disponíveis.

 

  • Controle Químico: Uso controlado de inseticidas para reduzir as populações de mosquitos adultos.

 

  • Controle Genético: Utilização de técnicas que interferem no material genético, visando reduzir suas populações ou capacidade de transmissão de doenças, de forma específica e direcionada.

 

  • Monitoramento: Utilização de armadilhas e monitoramento regular para avaliar as populações de mosquitos e direcionar as estratégias de controle.

Após nossa jornada pelo mundo das resistências aos inseticidas, esperamos que façam sua parte evitando que os mosquitos se proliferem e cobrando dos órgãos de vigilância sanitária a utilização de estratégias eficazes para o controle de insetos.

Todas as postagens sobre Artur responde estão disponíveis em nosso Instagram @ecologiaesaude

Artur
Responde

Olá, pessoal! Me chamo Artur e estou sempre aqui para ajudar com qualquer dúvida!

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Por que o mosquito faz barulho?

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Por que o mosquito faz barulho?

O barulho é decorrente do batimento de suas asas enquanto voam e outros insetos também emitem esses sons. Além disso, os mosquitos machos são atraídos pela frequência de batida de asas (FBA) das fêmeas e voam em sua direção. O som da FBA é então captado pelas antenas, onde há o órgão de Johnston, que percebe e reconhece as vibrações sonoras.

 

 

 

 

 

 

 

Além disso, é importante frisar que os mosquitos não “dão doenças”. Eles podem apenas transmitir quando infectados com um patógeno. Condições ambientais, como umidade e temperatura, podem afetar a frequência de batidas de asas e, assim, o som dos mosquitos pode ser diferente de um lugar para o outro.

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Fui ver o que os internautas estão falando dos mosquitos e achei um tweet que precisa ser explicado!

Nosso mascote Artur foi nas redes sociais ver o que estão falando sobre os mosquitos e ach
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As antenas dos machos são mais plumosas que das fêmeas, pois as plumas auxiliam na melhor captação dos sons, que serão percebidos
pelo órgão de Johnston.

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Macho

Fêmea

Créditos de Imagem: Flávia Virginio

Disponível em: O Fantástico Mundo dos Mosquitos

Como capturar mosquitos?

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Será que é possível capturar um mosquito assim?

Existem várias coisas que atraem mosquitos que nos picam, mas açucar não é uma delas! O álcool exalado pelos humanos, por outro lado, é um fator de atração bem relevante para os mosquitos. Porém estudos mostram que é improvável que fiquem bêbados. 

Mas, afinal...

Como capturamos mosquitos?

Existem vários tipos de armadilhas que podem ser usadas para capturar mosquitos. Como por exemplo, há a Adultrap, usada na vigilância entomológica de alguns municípios, que utiliza apenas água e poucos materiais para atrair e prender a fêmea adulta do mosquito.​

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Olá! Novamente estou aqui para procurar dúvidas internet adentro. Vamos ver o que encontrei hoje? 

Nosso mascote retornou para mais uma pesquisa peculiar_edited.jpg
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